Filho de Bolsonaro se pronuncia sobre sua indicação à Secretaria de Comunicação

Publiciado em 22/11/2018 as 15:03


Um dia depois de ter dito em entrevista que poderia nomear o filho Carlos Bolsonaro ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (22) que a tendência é que isso não se concretize, pois o ato poderia ser enquadrado como nepotismo. "A tendência é esse assunto morrer", disse ao ser questionado sobre postagem de seu filho na qual ele anuncia que vai deixar de ajudar diretamente o governo de transição.

Na manhã de hoje (22), o vereador Carlos Bolsonaro usou as redes sociais para dizer que retomaria o mandato na Câmara de Vereadores do Rio. Ele está licenciado do cargo desde julho para ajudar o pai no período eleitoral e de transição.

"O nome do meu filho foi levantado. Passei [a informação] para [o site] O Antagonista, que ligou para mim. Não tem nada certo, acho difícil que ele aceite ir para lá [Secom]. Seria levado para o lado do nepotismo. Nunca pratiquei isso, não me interessa fazer. Agora, é uma pessoa extremamente competente", disse o presidente eleito ao deixar o prédio onde fica o Comando da Marinha, em Brasília.

Redes Sociais
O vereador Carlos Bolsonaro usou as redes sociais para dizer que retomaria o mandato na Câmara de Vereadores do Rio. Ele está licenciado do cargo desde julho para ajudar o pai no período eleitoral e de transição.

"O meu ciclo de tentar ajudar diretamente chegou ao fim. São 18 anos de vida pública dedicados ao que acredito. Estes últimos 3 meses de licença não remunerada para acompanhar o que sempre acreditei se encerram. Semana que vem volto às atividades na Câmara de Vereadores do Rio", escreveu Carlos.

Ele disse também que, desde quarta, deixou de ser o responsável por alimentar as redes sociais do pai. "Desde ontem não tenho mais, por iniciativa própria, qualquer ascensão às redes sociais de Jair Bolsonaro."

Filho mais próximo a Jair, ele é o responsável por alimentar as redes sociais do pai e por elaborar a estratégia de comunicação por meio das redes sociais. A decisão de voltar ao mandato, anunciada nesta quinta, é uma mudança ao que estava definido no fim de semana. A assessoria do vereador disse à reportagem que ele renovaria o pedido de licença para permanecer ao lado do presidente eleito em Brasília.

Em entrevista ao site O Antagonista, na quarta, Bolsonaro disse que avalia devolver à Secom o status de ministério, que foi retirado em 2016 pelo presidente Michel Temer. O capitão reformado disse que "é importante ter o filho ao seu lado" e que ele é "fera nas mídias sociais".

Conforme a Folha de S.Paulo publicou esta semana, o presidente eleito estuda profissionalizar a comunicação de seu governo, mas enfrenta resistência dos filhos. Em especial, a de Carlos, que é crítico à imprensa e usa as redes sociais diariamente para criticar veículos de comunicação e jornalistas.