Embaixador Ernesto Araújo é escolhido para Relações Exteriores

Publiciado em 14/11/2018 as 23:39


O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou que o embaixador Ernesto Araújo será seu ministro das Relações Exteriores. "A política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneração que o Brasil vive hoje. Informo a todos a indicação do embaixador Ernesto Araújo, diplomata há 29 anos e um brilhante intelectual, ao cargo de ministro das Relações Exteriores", escreveu Bolsonaro em uma rede social.

Araújo é diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos. A escolha de um chanceler era vista como prioridade da semana para a equipe de transição. Bolsonaro já coleciona algumas polêmicas nas relações exteriores. A primeira delas se deu após ter anunciado que transferiria a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

A promessa de campanha acabou sendo revista pelo presidente eleito, que disse semana passada que isso ainda não está definido. Porém, a intenção de fazer o mesmo que o governo dos Estados Unidos de Donald Trump já trouxe impacto negativo para o Brasil. A comunidade árabe, com quem o país tem estreita relação comercial, especialmente na exportação de carnes, mostrou preocupação.

A viagem de uma comitiva brasileira ao Egito foi cancelada de última hora. No meio diplomático, isso foi visto como retaliação às declarações de Bolsonaro. O presidente eleito também teve de rever declarações que fez sobre a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Ele vinha dizendo que os chineses queriam comprar todo o território brasileiro e ameaçou interromper os negócios com o país asiático. Depois de encontro com embaixador chinês, ele deu entrevistas dizendo que manteria os negócios, mas sem viés ideológico.

Houve ainda um impasse com a Noruega depois que seu futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o país escandinavo tinha muito a aprender com o Brasil sobre preservação. A Noruega é o principal financiador internacional para a preservação da floresta amazônica. As declarações do aliado de Bolsonaro levaram à reação do embaixador norueguês no Brasil que, pelo Twitter. Nils Martin Gunneng disse ter orgulho da parceria com o Brasil, que dura dez anos.

Com o novo anúncio, sobe para oito os nomes confirmados para a equipe ministerial do governo eleito. Alguns escolhidos atuam diretamente no governo de transição. Nas declarações públicas, Bolsonaro avisou que pretende reduzir de 29 para de 15 a 17 o número de ministérios, extinguindo pastas e fundindo outras.